Mito ou Verdade. Mesmo após a cirurgia o pterígio pode voltar?
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  • Dra. Bruna Vilella | Oftalmologista

Mito ou Verdade. Mesmo após a cirurgia o pterígio pode voltar?

Atualizado: 14 de mar.

O pterígio é o crescimento anormal de tecido sobre a córnea, e frequentemente causa irritação, vermelhidão e, em casos extremos, compromete a visão. Para aqueles que sofrem com esse problema, a cirurgia é muitas vezes considerada a melhor opção para corrigir a condição e restaurar a saúde ocular. No entanto, surge uma dúvida comum: mesmo após a cirurgia, o pterígio pode voltar?


Verdade! O pterígio pode voltar!


O pterígio é uma cirurgia que pode ter um alto índice de recidiva, isso vai depender de fatores como: técnica cirúrgica utilizada, idade do paciente e exposição do paciente a fatores externos como sol, vento e poeira. O principal fator de risco para determinar a recidiva é a técnica cirúrgica.


Na técnica tradicional, com uma simples raspagens e uso de pontos, a chance de recidiva pode chagar de até 80-90% dentro do primeiro ano de cirurgia. Já com a técnica de auto transplante conjuntival associada ao uso de cola biológica esse índice de recidiva por diminuir drasticamente, e chegar a apenas 20%.


Entretanto, vale ressaltar que independente da técnica, sim, o pterígio pode voltar!



Motivos pelos os quais o pterígio pode voltar


1. Inflamação Crônica:

Uma das razões fundamentais para a recorrência do pterígio é a inflamação crônica. Mesmo após a remoção cirúrgica do tecido anormal, o ambiente ocular pode permanecer propenso à inflamação devido a vários fatores, como exposição a agentes irritantes, alergias ou resposta imunológica inadequada. Essa inflamação persistente pode criar condições favoráveis para o crescimento do tecido conjuntival sobre a córnea, resultando na recorrência do pterígio.


2. Estímulo Ambiental:

A exposição a agentes ambientais, como luz ultravioleta (UV), poeira, vento e poluentes atmosféricos, desempenha um papel crucial no desenvolvimento e na recorrência do pterígio. Esses fatores ambientais podem desencadear uma resposta inflamatória na superfície ocular e promover o crescimento do tecido conjuntival sobre a córnea. Mesmo após a cirurgia, a exposição contínua a esses estímulos ambientais pode aumentar o risco de recorrência do pterígio.


3. Alterações Genéticas e Fatores Predisponentes:

Estudos sugerem que fatores genéticos podem desempenhar um papel na predisposição ao desenvolvimento do pterígio. Alterações genéticas em genes relacionados à regulação do crescimento celular e à resposta inflamatória podem aumentar a suscetibilidade de uma pessoa ao desenvolvimento do pterígio e influenciar sua probabilidade de recorrência após a cirurgia.


4. Cicatrização Anormal:

A cicatrização inadequada após a cirurgia de remoção do pterígio pode contribuir para a recorrência da condição. Se a cicatrização não for completa ou se houver formação excessiva de tecido cicatricial, conhecido como fibrose, o tecido conjuntival remanescente pode crescer novamente sobre a córnea, levando à recorrência do pterígio.


5. Fatores de Estilo de Vida:

Certos fatores de estilo de vida, como tabagismo, uso prolongado de lentes de contato, falta de proteção ocular adequada durante atividades ao ar livre e exposição crônica à fumaça ou produtos químicos irritantes, podem aumentar o risco de recorrência do pterígio. Esses comportamentos podem exacerbar e a inflamação ocular e criar um ambiente propício para o crescimento do tecido conjuntival



Por que a técnica de retirada do pterígio com uso de cola biológica associada a autotransplante conjuntival é a melhor do que a técnica com ponto?


1. Redução do Trauma Cirúrgico:

A técnica de exérese do pterígio com cola biológica e autotransplante conjuntival minimiza o trauma cirúrgico em comparação com a técnica com pontos. Em vez de usar suturas que podem causar irritação e desconforto pós-operatório, a cola biológica é aplicada para fixar o enxerto conjuntival no lugar. Isso reduz significativamente o risco de complicações relacionadas à sutura, como infecção, inflamação e reação alérgica, proporcionando uma recuperação mais rápida e confortável para o paciente.


2. Melhora da Estabilidade do Enxerto:

Ao utilizar a cola biológica para fixar o enxerto conjuntival, a técnica cirúrgica oferece uma melhor estabilidade e aderência do tecido transplantado à superfície ocular. Isso ajuda a prevenir o deslocamento ou enrugamento do enxerto, promovendo uma cicatrização mais uniforme e prevenindo a recorrência do pterígio. Além disso, a maior estabilidade do enxerto contribui para uma melhor integração com o tecido ocular circundante, resultando em resultados visuais e estéticos superiores a longo prazo.


3. Menor Taxa de Recorrência do Pterígio:

Estudos clínicos demonstraram consistentemente que a técnica de exérese do pterígio com cola biológica e autotransplante conjuntival apresenta uma menor taxa de recorrência da condição em comparação com a técnica com pontos. A fixação mais segura do enxerto conjuntival, juntamente com uma melhor integração com o tecido ocular circundante, contribui para resultados mais duradouros e uma redução significativa da necessidade de cirurgias de revisão.


Resumindo... Menor índice de recidiva, menor desconforto (pois não tem ponto), cicatrização mais rápida e menor processo inflamatório





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