Cientistas conseguem reviver células oculares após a morte
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  • Dra. Bruna Vilella | Oftalmologista

Cientistas conseguem reviver células oculares após a morte

Atualizado: 19 de mar.

A ciência continua a surpreender e inspirar com seus avanços inovadores, e um dos mais recentes e emocionantes é o sucesso dos cientistas em reviver células oculares após a morte. Essa conquista extraordinária não apenas desafia nossas concepções sobre a vida e a morte celular, mas também oferece esperança renovada para o tratamento de uma variedade de condições oculares debilitantes.


Qual a importância de conseguir reviver células oculares após a morte?

Essas células, desempenham um papel crucial na transmissão de informações visuais do olho para o cérebro. Em condições normais, a morte dessas células pode levar à perda irreversível da visão.


Embora ainda haja muito a ser feito antes que essa técnica possa ser aplicada em seres humanos, ela representa um avanço promissor no campo da medicina regenerativa e oferece esperança renovada para milhões de pessoas em todo o mundo que sofrem de perda de visão devido a doenças oculares degenerativas.



Até onde a regeneração das células dos olhos foram possíveis?

Pesquisadores da Universidade Utah (EUA) conseguiram devolver vida a células oculares cinco horas após a morte de um doador de órgãos. Já houve outros estudos que já conseguiram tal façanha, entretanto apenas esse consegui chegar a mácula, que é parte mais importante da retina, ela é responsável pela visão central e por enxergar detalhes e cores.

Para alguns órgãos, a doação é possível pois podem ficar armazenado em baixa temperatura e em meios apropriados e assim permitindo o transplante, como é o caso, por exemplo, de rins e fígados. Já retina que contém células do sistema nervoso central é comprometida em poucos minutos, o que dificulta manipulação depois da morte do paciente.

Esse novo estudo desafia a inviabilidade de órgãos que contém células nervosas essenciais. No começo dos estudos, os pesquisadores até conseguiram reviver algumas células, mas não era possível fazer com que todas as camadas do centro da retina conversarem entre si, tal como acontece em uma retina viva.

Os cientistas perceberam que o problema era a falta de oxigênio, então, desenvolveram uma unidade de transporte especial que restaurava o aporte de oxigênio e outros nutrientes nos olhos retirados de doadores nos 20 minutos depois da morte.

Além disso, também criaram um aparelho que conseguiu estimular a retina a produzir atividade elétrica e ainda medir resposta que o tecido apresentava a esses estímulos.



Esperança para recuperar a cegueira de milhões de pacientes

Os resultados positivos desse estudo abrem uma nova possibilidade para desenvolver tratamentos para doenças maculares, como a DMRI (degeneração macular relacionada idade). Futuros estudos sobre doenças neurodegenerativas no restante do corpo também poderão ser realizadas baseadas nesse estudo.


Além disso, os resultados podem ter dado abertura para o desenvolvimento de novas terapias visuais sem ter a necessidade de realizar experimentos em primatas não-humanos ou mesmo humanos, visto que será possível realizar testes em olhos já mortos. Testes como esse não são feitos e camundongos pois eles não tem mácula, impossibilitando a testagem nesses roedores.


Como sempre, é importante lembrar que a pesquisa científica é um processo contínuo, e ainda há muitos desafios a serem superados antes que essa descoberta possa se traduzir em tratamentos clínicos eficazes para pacientes humanos. No entanto, com cada avanço como esse, estamos um passo mais perto de encontrar novas e melhores maneiras de preservar e restaurar a visão de todos aqueles que lutam contra doenças oculares debilitantes.

Fonte: Nature e Canal Tech





Olho humano castanho

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