Dra. Bruna Vilella - Oftalmologista em Ribeirão Preto | Olho seco
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Olho Seco

O que é o olho seco ou síndrome do olho seco?

O olho é regularmente protegido e lubricado por uma delicada película chamada de filme lacrimal, composta por água, muco e óleo, juntamente com substâncias que atuam na defesa contra infecções. Contudo, em certas situações, essa camada protetora pode se tornar instável ou deficiente, falhando em lubrificar adequadamente a superfície ocular. Esse desequilíbrio é conhecido como "olho seco" ou Síndrome do Olho Seco. 

Principais tipos de olho seco:

Olho seco evaporativo: Neste tipo de olho seco, as glândulas localizadas nas pálpebras não produzem uma quantidade suficiente de óleo, chamado de filme lipídico, que ajuda a retardar a evaporação das lágrimas. Isso pode resultar em rápida evaporação das lágrimas e superfície ocular inadequadamente lubrificada.

Olho seco aquoso: Neste tipo, as glândulas lacrimais não produzem uma quantidade adequada de água ou componentes aquosos das lágrimas, levando a uma diminuição da quantidade de lágrimas disponíveis para lubrificar os olhos.

camadas do filme lacrimal

Causas de olho seco

  • Idade avançada: À medida que envelhecemos, é comum que a produção de lágrimas diminua, o que pode levar ao desenvolvimento de olho seco.

  • Ambientes secos ou com baixa umidade: Ficar em ambientes com ar condicionado, aquecedores ou ventilação artificial pode reduzir a umidade do ar, levando à evaporação mais rápida das lágrimas e causando olho seco.

  • Uso prolongado de dispositivos eletrônicos: O tempo prolongado gasto olhando para telas de computador, smartphones ou tablets pode reduzir a frequência do piscar, o que pode levar à evaporação mais rápida das lágrimas e ao desenvolvimento de olho seco.

  • Condições climáticas: Exposição a ventos fortes, ar seco, poeira ou poluição pode irritar os olhos e contribuir para o desenvolvimento de olho seco.

  • Medicamentos: Alguns medicamentos, como anti-histamínicos, descongestionantes, antidepressivos, contraceptivos orais e medicamentos para pressão arterial, podem reduzir a produção de lágrimas e causar olho seco como efeito colateral.

  • Condições médicas: Doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus e síndrome de Sjögren, podem afetar as glândulas lacrimais e levar ao desenvolvimento de olho seco. Diabetes, hipertireoidismo, deficiência de vitamina A e outras condições médicas também podem contribuir para o problema.

  • Cirurgia ocular prévia: Cirurgias oculares, como cirurgia a refrativa a laser para correção de visão (LASIK e PRK), podem interferir temporariamente com a produção de lágrimas, causando olho seco.

  • Fatores genéticos: Histórico familiar de olho seco pode aumentar o risco de desenvolver a condição.

Sintomas do Olho Seco

  • Irritação excessiva do olho; 

  • Ardência e queimação; 

  • Embaçamento visual, geralmente tem que piscar para melhorar; 

  • Sensação de ressecamento ocular; 

  • Sensação de areia no olho ou corpo estranho; 

  • Vermelhidão; 

  • Coceira; 

  • Sensibilidade à luz; 

  • Produção excessiva de lágrimas (olhos lacrimejantes); 

  • Desconforto ao ler ou ver televisão; 

  • Complicações ao utilizar lentes de contato.

Alterações oculares achadas no exame oftalmológico que diagnosticam a Síndrome de Olho Seco

  • Fluoresceína defeituosa: Durante o exame, o oftalmologista pode usar uma solução de fluoresceína para corar a superfície do olho e detectar lesões, abrasões ou áreas de irregularidade na córnea. Em casos de olho seco, pode haver áreas de fluoresceína defeituosa devido à falta de lubrificação adequada, indicando comprometimento da integridade da superfície ocular.

  • Diminuição do tempo de ruptura do filme lacrimal: O tempo de ruptura do filme lacrimal (BUT) é o tempo que leva para ocorrer uma ruptura na camada de lágrimas sobre a superfície ocular. No olho seco, o BUT costuma ser reduzido devido à qualidade inadequada das lágrimas, o que pode ser observado durante a biomicroscopia.

  • Ceratites: O oftalmologista pode observar a presença de manchas puntiformes na córnea ou na conjuntiva, que são pequenas áreas de erosão ou defeitos epiteliais causados pela irritação crônica resultante do olho seco.

  • Hiperemia conjuntival: A hiperemia, ou vermelhidão, da conjuntiva pode ser observada durante a biomicroscopia em pacientes com síndrome do olho seco. Isso ocorre devido à inflamação crônica da conjuntiva causada pela falta de lubrificação adequada.

  • Pálpebras inflamadas: A biomicroscopia também permite a observação das pálpebras e das glândulas meibomianas, que podem estar inflamadas ou obstruídas em pacientes com olho seco evaporativo, contribuindo para a síndrome do olho seco.

  • Úlceras corneanas: Em casos mais graves de olho seco, a irritação contínua e a exposição inadequada da córnea à lubrificação podem levar ao desenvolvimento de úlceras na córnea. As úlceras corneanas são lesões na superfície da córnea que podem causar dor intensa, visão embaçada e até mesmo perda de visão se não forem tratadas rapidamente.

  • Infiltrações corneanas: O olho seco pode tornar a córnea mais vulnerável a infiltrações ou inflamações locais, que são áreas de acúmulo de células inflamatórias na córnea. Isso pode causar desconforto, vermelhidão e visão embaçada.

olho seco - aumento da camada lipídica e perda da camada aquosa
but - olho seco - tempo de ruptura do filme lacrimal
ceratite olho humano - leve -moderada - grave

Tratamento da Síndrome do Olho Seco

O tratamento da síndrome do olho seco visa aliviar os sintomas, melhorar a lubrificação ocular e prevenir danos à superfície ocular. As opções de tratamento podem variar dependendo da gravidade dos sintomas e das causas subjacentes da síndrome do olho seco. Aqui estão algumas das principais abordagens de tratamento:

Lágrimas artificiais (colírios lubrificantes)

O uso de lágrimas artificiais é frequentemente o primeiro passo no tratamento da síndrome do olho seco. Esses colírios contêm substâncias que ajudam a lubrificar e umedecer a superfície ocular, aliviando os sintomas de ressecamento e irritação. Existem várias formulações disponíveis, incluindo colírios sem conservantes para uso frequente.

Gel ocular

São mais espessos e podem ser recomendadas para uso noturno, especialmente em casos de olho seco mais grave. Eles podem fornecer uma lubrificação mais duradoura durante a noite, ajudando a proteger a superfície ocular enquanto você dorme.

Medicamentos anti-inflamatórios

Em casos de inflamação ocular associada à síndrome do olho seco, seu médico pode prescrever medicamentos anti-inflamatórios, como corticosteroides tópicos ou ciclosporina, para reduzir a inflamação e melhorar a qualidade das lágrimas.

Tratamentos para glândulas meibomianas

Se o olho seco for causado por disfunção das glândulas meibomianas (olho seco evaporativo), podem ser recomendados tratamentos específicos para desobstruir as glândulas e melhorar a qualidade do óleo produzido. Isso pode incluir a aplicação de calor úmido, massagem das pálpebras, limpeza das bordas das pálpebras e até mesmo procedimentos como a terapia de pulsação térmica ou a terapia com luz intensa pulsada.

Umidificadores

Usar um umidificador em ambientes internos pode ajudar a aumentar a umidade do ar, reduzindo assim a evaporação das lágrimas e aliviando os sintomas de olho seco.

Medicamentos para estimular a produção de lágrimas

Em casos de baixa produção de lágrimas, o médico pode prescrever medicamentos para estimular a produção de lágrimas pelas glândulas lacrimais.

Procedimentos para bloqueio do ducto lacrimal

Em casos graves e persistentes, pode ser considerado o bloqueio temporário dos ductos lacrimais para evitar a drenagem excessiva das lágrimas. Isso ajuda a manter as lágrimas na superfície ocular por mais tempo, proporcionando alívio dos sintomas.

Modificações no estilo de vida

Evitar ambientes com ar condicionado, reduzir o tempo de exposição a telas de computador e dispositivos eletrônicos, fazer pausas regulares para piscar e descansar os olhos, e manter-se hidratado bebendo água suficiente também podem ajudar a reduzir os sintomas.

Dica da Dra. Bruna Vilella sobre a Síndrome do Olho Seco | Oftalmologista em Ribeirão Preto

  • Após o diagnóstico, o paciente deve evitar ambientes com ar-condicionado.

  • Procure por um oftalmologista antes de iniciar o uso de qualquer medicamento. Só ele pode escolher a melhor opção para tratar o caso, protegendo a saúde dos olhos do paciente e de seus familiares. 

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